quinta-feira, 3 de setembro de 2009

E meio a gritos, buzinas e luzes,
Vê-se um homem deslocado,
que em seu dorso calejado,
carrega infinitas cruzes.

Devagar... calado...
Em seu caminho deturpado,
segue o homem a carregar
o lixo reaproveitado,
que vai se amontoando sem parar.

E após inúmeras ruas desbravar,
O homem permanece na luta a ofegar,
Porém, como o colibri abre as asas e começa a voar,
Seu cansaço, inimigo, começa a mudar,
E devagar, bem baixinho é que se ouve o assoviar.
Que cresce, crece, e é com devido espanto que ouve-se um cantar;

Embora muito tenha para sofrer e para chorar,
Sou feliz e por isso canto, e por saber transformar,
Na mais leve melodia todo esse meu pesar.
E tem gente que só chora, se afasta e se suplanta,
Faz isso porque não canta e se afunda em penar


E o morro deflagrado, do homem de outrora calado,
Faz imenso ao luar, com sua gente, sua vida, seu canto a soar.
E o homem que carrega o lixo alheio, de mais um dia sai inteiro.
E se sente o mais feliz do mundo! Com sua família toda noite, na mesa de jantar

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