segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Poderia falar do leve beija flor que descreve sua trajetória,
Do ar mais puro do qual meu pulmão se enche,
Ou do confortável sangue que em meu corpo corre quente.
Porém, ainda que em tal ambiente, minha alma faz-se ausente,
Como também minha mente, presas à mais uma triste história,
De mais um dos sofridos, das milhões de urbes irrisórias.

Já não posso nem pensar no beija flor e sua trajetória,
Pois existe uma história, marcada de dor e glória, que é muito mais notória,
Do moleque sem casa, vulgo delinquente, marginal,
Que luta insistentimente, de sinal em sinal.

E a sensação mais sincera que senti em minha vida,
Veio dos olhos cortantes d'uma pobre menina, de fisionomia deveras sofrida,
Que indendente de tudo continuava a fuzilar-me com seu olhar,
Fazendo com que a torre mais imponente começasse a oscilar.

E naquele que pra mim foi o maior de todos os momentos,
As palavras, d'uma só vez, cairam no esquecimento
E exoneradas foram de todas as milhões de páginas.
Nessa inefável situação em que se embargou minha alma,
A única coisa que saiu da minha boca foi uma pesada e triste lágrima.

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