quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Suplício

E se de repente, retumbante como um raio,
Eu te olhasse de soslaio, e soltasse um grito estridente?
Que insistente arrebenta o que já não passa de cascalho,
E que nunca valeu nada, só a dor do irmão valente.

E seu parasse e dissesse que não?
Que não quero mais compactuar,
Não quero mais estar só, são.
E como quem pede perdão,
Nunca mais me deixasse levar.

E se n’um momento de perdição,
Do alto do meu prédio,
Eu achasse que o único remédio,
Era bater minhas asas(inexistentes),
E alçar-me em vôo (inconseqüente) inflado pela solidão?

Seria fraco! Seria podre!
Só mais um dos sofredores,
Que não agüentaram a pressão...

Então, me diga, vos suplico!
Qual a formula pra manter-se vivo,
Frente tanta desilusão?
É ignorar, tapar o ouvido?
Ou tirar o teto de quem já não tem chão?

No turbilhão avassalador,
Ao qual se entregou minha razão,
Perdi-me no caminho errado (ou certo),
De ter ousado gritar que não.

Nenhum comentário: