sábado, 19 de setembro de 2009

Homem de flores

Branco, rosa e amarelo.
Tríade de cores divinas,
Que enfeitam a barraca de flores,
Sozinha, em minha esquina.

Em tal manancial de odores,
(do campo, de paz, de amores)
Não há nesse mundo, meus senhores,
Quem desconfie que por trás de lírios,
Exista tristeza, abandono e vazio,
Que fazem correr um rio
De pesadas lágrimas doces.

Por trás das vistosas flores,
existe um homem, uma história,
De cansaço, suor e temores.

O homem de trás das rosas,
ganha a vida fornecendo
O amor que lhe foi roubado,
Na forma de margaridas,
Sofridas... Sofrendo...
Sendo vendidas a idiotas,
Por um punhado de trocados.

Somos todos podres flores!
Que mimadas e relocadas,
Perdemos nossos valores.

Pois não são elas,
Arrancadas da firme terra,
Para enfeitarem, dentro de vasos,
As 6 bilhões de janelas?

De que importa, nesse mundo errado,
Nossas vidas e passados,
Se seremos sempre julgados,
pela beleza de nossos vasos?!

Mais ainda vivo de esperança,
Pois vale mais o barro suado
Que o diamante encravejado,
Para os olhos d'uma criança
Uma vez que o barro é solto,
Sempre a ser moldado,
Enquanto o diamante, travado,
É pra sempre estagnado,
Eterna fonte de dores...

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