quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O mundo visto por baixo

Tão grandes são os homens,
Vistos do andar de baixo,
Austeros e triunfantes,
E a ganância que os faz galantes,
Faz crasso o irmão errante,
Que se arrasta por pés descalços.

Um dia eu, guerreiro do asfalto,
Que da vida fui feito infausto,
Julguei-me apto a ser pensante;
Observei os podres gigantes,
Que com suas mãos ao alto,
Oravam por um Deus distante.

Perdoem a mim senhores, um ser ignorante,
Mas é que me passou por um instante,
Um pensamente instigante, sobre a vida dos gigantes.
Por que gritam aos céus, e a seu Deus da misericórdia?
Por que pede que outro resolva a desgraça que ele próprio forja?

Oh, gigantes, tão servis e bondosos!
Com seus ossos já nodosos,
De tirarem o alheio sangue.
Não lhes passa por um instante?!
Que suas rezas incessantes,
Não ajudam o irmão errante?

Esperam parados a solução. Cruéis!
E a benção do alto, celestial,
Pedem por Pedros, gritam Miguéis,
Enquanto um sem-nome, marginal,
Morre de fome a seus pés.

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