sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Amanda

O nome dela era Amanda, já passava dos trinta
Vida pacata, vida bonita
Casada, mãe de dois e crente.
E tão de repente, apareceu na sua frente
Um fantasma do passado em forma de gente,
De um tempo não recente, de dúvidas freqüentes.

Então Amanda, que era tão regrada
Se viu estagnada, diante então d’uma homérica bifurcação
Povoada de tanta expectativa, que escolha tinha?
Livrou-se de tudo, largou a batina.
E sem olhar pra trás, virou a esquina.

Pra seguir em frente, com sua antiga paixão
Pra tocar a vida, sem pensar no perdão
Que mais tarde pediu, quando triste se viu
Mais uma vez sozinha, chorando e abandonada
Tão decepcionada, o remorso, uma facada.

Porque então João, sem nem pestanejar
Mandou Amanda de volta pro lugar d’onde nunca tinha de ter saído.
Agora o perdão povoa seus pensamentos, a todo momento, seus olhos caídos
Choram e sofrem por terem traído, e tão tolamente
Terem sido seduzidos, por uma vontade em vão
Que um tal de João plantou em seu coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

E quantas vezes fomos e ainda seremos Amanda?