domingo, 5 de abril de 2009

Direito

Que direito que tens, e que aparentemente me falta
De por e se impor, de mandar nessa terra farta
E por ela bradar sua voz insincera,
Como se tudo que a habita fosse apenas uma parte de tudo que impera.

Que direito que tens, de ter mais do que eu
De viver na opulência, perdido entre os seus
Enquanto na rua vive, como você um homem, sem dinheiro e sem nome
Que chora e grita, a desgraça da sua vida, desgraça infinita, agravada pela fome.
Fome de ser e viver tal gente, sem ter que implorar ou fingir ser crente,
Da bondade dos ricos, de suas doações e de sua bondade aparente.

E a discrepância o agita, o ferve, o frita
E a raiva é tão grande que de repente ele grita.
Contra tudo isso, que tanto o irrita.
Ao mesmo tempo que brada, uma lagrima lhe caí
Pois percebe que na calçada a vida se esvai,
Do seu filho sem nome, sem nada tal o pai
Despede-se da vida, e morre de fome.

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